VENTO

Vento amigo,

Em rodamoinhos

Revolvendo folhas,

Da bela a levantar-lhe

A saia. Atrevido!

Venha mais ligeiro

E dela solta-lhe

Os cabelos.

Mais quente, rápido,

Um torpor.

Lisonjeiro, da blusa

Faz saltar-lhe os seios.

Ciclone, arranca-me

O desejo.

O pecado de querer

Que tu deixe

A maçã exposta.

Neste caso, não me

Faço de rogado,

Submeto-me a

Tentação.

Assumo sem vacilar

O papel de Adão.

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 26/06/2007
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