VENTO
Vento amigo,
Em rodamoinhos
Revolvendo folhas,
Da bela a levantar-lhe
A saia. Atrevido!
Venha mais ligeiro
E dela solta-lhe
Os cabelos.
Mais quente, rápido,
Um torpor.
Lisonjeiro, da blusa
Faz saltar-lhe os seios.
Ciclone, arranca-me
O desejo.
O pecado de querer
Que tu deixe
A maçã exposta.
Neste caso, não me
Faço de rogado,
Submeto-me a
Tentação.
Assumo sem vacilar
O papel de Adão.