Prisioneira

Poderia fazer o que quisesse se estando livre
não estivesse aprisionada, como as montanhas
que nem por fé se movem, ou os peixes
condenados às aguas.
 
Se a densa floresta me cerca e por medo
eu não busque uma saída, talvez eu esteja
precisando de uma palavra que, dê começo
ou fim em minha vida.
 
Que mente mortal pode perscrutar a extensão
do amor dentro de mim? se desobedeço uma
ordem, não posso temer os resultados
não posso temer as aguas encapeladas...
 
Que me impedem de ter esperanças ainda
que já perdidas, pois, no caule seco pode
ressurgir no verão um broto dado por
perdido e verdear a terra, se fortalecido
 
As regras são imutáveis e não se alteram
com minhas oscilações, tropeço até mesmo
quando não há pedras no caminho e, vejo em
mim a incapacidade de merecer seu carinho.