O meu amor!

O que eu sinto é amor,

mas não fale a nenhuma pessoa,

se revelar, digo que meu peito é deserto,

que não há lugar para esta ambição.

É neste ermo que dou fruto.

Talvez, o meu amor, seja mais

admirável porque não se nota a olho nu!

O meu amor sabe palavras que não existem.

Palavras que encantam flores e abelhas.

Palavras que atraem pássaros cantores.

Palavras que coloriza manhãs de abril.

No começo meu amor era nada,

depois, do nada, aprendeu a delirar-se!

O meu amor, tem vez que tem voz de poeta.

Numa manhã a poesia apoderou-se dele.

Talvez isso esclareça essa inércia toda.

Mas esse amor tem cheiro de sonho,

tem a resistência das pedras.

Sabe a aflição dos que não

amam e vivem secos.

O meu amor tem um olhar de ver azul…

Tem habilidade de equilibrar-se em nada.

Sabe a doçura das bocas famintas de beijo.

Sabe ser oculto nas transparências dos dias.

Sabe o que fazer no escuro frígido das noites.

O meu amor tem manhas e desenvolturas inimagináveis!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 07/10/2015
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