Cartas Ridículas
Cartas Ridículas
Em horas mortas, estrelas cintilantes
Minha alma lamenta triste agonia
Pensamentos explodem, constantes
Arrancam de mim sinais de alegria.
À luz cambiante de um candelabro
Leio cartas, linhas ridículas de amor
Coração acelera e vejo ao meu lado
Outra carta que dizia: tudo acabou.
Olho o céu em silêncio e distante
No quarto silente, indago às paredes
Por que exalou do coração amante
O amor que nutria e matava a sede?
E, na angústia dessa árida verdade
Trouxe para fora o meu sentimento
O vento sibila, somente a saudade
Cristalizada no peito sem alento.
Mas a lua confidente estava ali
E, no afã de te esperar, lamentei
Uma luz se acendeu, nessa hora senti
Transcender o amor, as cartas guardei.
Mena Azevedo