Tsunami
A mulher pensava que o amor
Tinha o leve gosto de uma flor
Escrito em letras vermelhas
Numa tabuleta amarela
Numa rima tão pobre e sem cor
Até perceber que o amor
É um formigueiro veloz
Um calango atroz
Uma ostra vazia
Faca ferina
Ramo de espinho
Raro deleite
Confete azul
Picar saboroso
Passeio numa tarde
Arder leve de sol
Estrondo de um tsunami
Coisa sem forma e sem nome
Capaz de rimar sem rimar
E que, como já dizia um tango
Pecado maior é não amar