VILA (I)
Antigo bairro de minha morada
onde de calças curtas percorri as ruas...
Ah!...Vila Madalena muito amada;
quantas lembranças, hoje tenho tuas!...
Vivi a minha infância e a alvorada
da minha adolescência...das duas
tu és a testemunha da felicidade almejada
e também das dores nuas, cruas!...
Ao percorrer as ruas desertas e sossegadas;
eu que mal conhecia as ciladas
do amor que os corações humanos tumultua;
foi que eu conheci (as alegrias da vida esperadas
de um jovem adolescente; ali consagradas)
da minha vida o eterno amor...completamente nua!...
VILA (II)
Maria, eu volto aqui, aqui bem onde
um dia o nosso amor (meu Deus) floriu!...
Aonde será (Maria) que ficou, se esconde
aquele nosso amor cego e febril?...
O modernismo aqui chegou, e substituiu o bonde;
uma passagem subterrânea então abriu:
agora é o “metrô” que então responde
pelo transporte público que anda “a mil”...
Eu grito e não encontro nada que responda
a uma pergunta minha e então me ronda
uma tristeza imensa, cruel e vil!...
Aonde está (se há aonde se esconda)
aquele que percorria feito onda
nossos corpos?...o nosso imenso amor...amor febril!...
(GERALDO COELHO ZACARIAS)