O SANTO e o CAVALO

Em furiosos cavalos de pau galantes guerreiros

conquistaram as américas e a oceania,

fogos desentranharam do céu dos céus

a espada da lua, pela qual anjos e demônios

reduzem ao pó ônibus e botequins, desde que o Sonho

foi destacado do Caos e a multidão passou a esperar

além do sol, pelas revelações do louco.

As lendas não superam o som da estrada

engasgado nas curvas entre o santo e o cavalo,

sigamos mochilas nas costas, estrelas no relógio,

anjos guardando a tenda nos pontos cardeais

controlam o velocímetro-selvagem da razão fumegante

do Amor e da Fortuna.

O santo e o cavalo deixam lógica a flor,

se o meu passo é encapuzado

os olhos estendem o sexo

louco e eterno pela fêmea,

delirada na vontade como a fome

revela a pimenta na carne.

O sol divide o prêmio entre o felino e a serpente,

é crime? desejar a mulher permanente

além do tempo e dentro da atitude,

se o saber é domar a fera que ilude

o presságio, a consciência desperta para o sonho.

A sorte busca o amor, e não é fácil

dormir coberto de estrelas e esquentado

pelos cães, mas a verdade deve a nós

a existência, e ainda que a noite

junte o prazer ao motor, espero

na mulher muito além do conveniente