Amores desletrados

E, analfabeta, tua alma

não lê meu coração,

esse diapasão de segredos

e doces encantos

que não falo, nem canto,

guardo-os para te dar.

Meu coração esquecido,

esse teu melhor amigo,

prefacia um amor absoluto

e te quer bem junto

na humildade de dócil releitura

que faz minha alma da tua,

linda, solta e nua

adivinhando as letras de amor,

cheias de cor

de um outro admirável amor que encanta.