VIAJANDO A SÓS.

Cansado da jornada pelas estradas diversificadas,

Vendo passar por mim tão inúmeras paisagens,

Adentrei a uma pousada simples naquelas paragens,

Para poder descansar da viagem ainda alongada!

A solidão é como um bloco desajeitado de papel,

De folhas enormes nos solicitando uma autobiografia,

Onde se tem apenas um toco de lápis de difícil serventia,

Onde somos obrigados a enchê-lo pra receber o anel!

Vi-me muito só naquele quarto espaçoso, vendo a lua e o mar

Custei muito adormecer, mapeando meu viver e sobreviver...

Até que cedo, dois sois em raios diversos me vieram ter:

Um rasgava em fogo a superfície das águas, o outro pelo ar!

Alegrei-me com a paisagem da natureza, Já não me senti mais só;

Vi que lá, distante, o mesmo astro rei, veio beijar-me a face, duplamente.

Vesti-me e após meu lanche retomei a viagem tranquilamente,

Parei por muitos lugares entre pessoas, sem de mim ter mais dó!