Sobe Portas e Repouso
Ando a descobrir(me)
Em meio à ternura
- Textura aveludada - paz
De todas as flores
E cores - são doces as cores.
E brisa - sem ser ventania
Que batia as portas minhas
De outrora.
É luz.
E portas de mim todas abertas.
Arejadas.
Cortinas do tempo
Transparentes e alvas:
Esvoaçantes melodias
Aos meus ouvidos
Surdos de outrora.
E eu descanso...
Refrigério meu.
Água cristalina
Abstrata e profunda
Dos olhos meus fazes brotar
E banha-me
De um Amor tamanho
Que cala-me tanto,
Que chega a doer
Do êxtase que é
Existir(se) pequeno
E ser nada e ser tudo.
Pois quanto mais pequena sinto-me
Grande justifica-me
O teu perfeito amor
Que esculpe-me e silencia-me,
No êxtase de saber-me ouvida.
Num banquete de festa
Minha e tua...
Silenciosa e feliz.
E nada preciso.
E nada sou.
E tudo sinto.
E a luz que emana do teu amoroso “olhar”
Invade-me... Em tua aveludada paz.
Brisa no rosto... Fresca...
Faz-me dormir.
E descanso tudo o que pesa:
Eu... e a minha pouca lucidez.
Karla Mello
28 de Setembro de 2015