muito prazer
teria eu a obrigação
de lhe escrever todo dia
enquanto você não viesse
com aquela sua alegria
aquele sorriso mundano
profano, sagrado, o mais belo
enquanto você não vier
do jeito que sempre espero
do jeito que eu a construí
do jeito que tu me criastes
do jeito que nunca olvidastes
de me dizer que era meu,
como tudo o que tinhas
e que me dizias “é teu”?
isso não é obrigação
isso é a mera opção
do mais intenso prazer
chorar é também um prazer
e isso aprendi com você
Rio, 17/10/2006