Até o Céu encontra o Mar

Hoje senti o peso do fardo.
Este que eu carrego.
Senti o sabor amargo,
Senti a dor do ego!

Luz que brilha, luz que se apaga,
como o coro de mil vagalumes.
Amor que vibra, dor que se propaga,
na forma de mil ciúmes!

Este direito não posso ter,
Por você assim sofrer,
Que prevaleça o meu Ser,
único que me faz crescer!

Ceci, mulher que minha não é,
não foi, e nem sei se será.
Que testa minha Fé,
Até onde ela persistirá?

Mas Fé de que, devo ter?
A da última que morre?
A esperança devo ter?
Mas de mim agora ela corre.

Meu peito que explodia pra fora,
aguardando o momento só nosso,
sufocado está e me afoga,
sonhar mais, eu não posso.

Olhar que pra ti caminha,
Boca que em ti aproxima.
Olhos que se fecham.
Corações que se abrem.

Olhar que pra ti caminhava.
Boca que em ti aproximava.
Olhos que se fechavam.
Corações que se abriam!

Olhares que devassam,
Unem nossas bocas melosas
Corpos que se abraçam
pedem nossas mãos sedosas.

Olhares que devassavam,
Uniam nossas bocas melosas
Corpos que se abraçavam
pediam nossas mãos sedosas.

Beijos acesos no fervor
de muita beleza e cor,
prolongam o esplendor
deste puro Amor!

Beijos acesos no fervor
de muita beleza e cor,
prolongavam o esplendor
daquele puro Amor!

Passado, presente ou futuro?
O que está além deste muro
entre a realidade e a ilusão?
Que está além de nossa visão?

Foi realidade ou sonho?
Aconteceu, suponho.
Recorde! Viva sentindo!
Veja se estou mentindo?

Testemunhe, por favor!
Diga que não foi mentira!
Meu alento com calor!
Que ainda respira!

Repita pra mim,
que ainda me ama!
Que nosso jardim,
ainda a nós reclama!

Negue o que sentes em seu peito!
Veja se isso você pode!
Sei, com todo o respeito,
que igual ao meu ele explode!

A força do Amor e do carinho,
vieram aos poucos, de mansinho.
O gostando virou amando,
Amor e dor se mesclando!

De tudo isso que despejo
neste mundo virtual,
é mescla de prova e desejo,
deste mundo mais que real.

Percorremos todos os lados
deste cômodo limitado.
Do 1º encontro sem juízo,
à ante-sala do paraíso!

Do sofrimento da falta e saudade,
à euforia do primeiro beijo ardente!
Dos descobrimentos, das surpresas,
do encontro de nossas belezas!

Do sofrer por não saber se teria
o tão desejado beijo gostoso!
Ao se deliciar na euforia,
do aclamado beijo meloso!

Já desistimos mais de uma vez,
de sua e de minha parte.
Já desistimos desta sensatez,
e voltamos à nossa arte!

Já rimos juntos em alegria,
Em nosso jardim discreto!
Já choramos em demasia,
Em nosso mundo secreto!

Permitimos em nossa mente o proibido,
da satisfação de nossa libido!
Já consideramos este Amor como paixão
e como a mais pura missão!

Ceci, você mesma que escuta
este Leon que há tantos anos esqueceu,
Ambos na ausência mútua, na luta
de ser Feliz, direito que Deus nos deu,

Crescemos, casamos, amamos,
criamos nossos filhos amados.
De qualquer forma traçamos
nossos caminhos separados.

Muitos opostos caminham
em direções bem diferentes,
há milênios igualmente trilham
e são puros e coerentes!

Se o dia encontra a noite escura
E o frio enche o calor de frescura,
O silêncio escuta o cantar,
O céu encontra e beija o mar,

O alívio acalma a dor em agonia,
A noite encontra o dia,
O Sol ve a Lua ainda com luz!
Nem por isso são postos na cruz!

Se em direções opostas caminhamos,
em linha reta, sem parar,
sabe onde certamente vamos?
Bem de frente nos encontrar!

A vida que é vida encontra a morte.
E nem por isso diz-se que não tem sorte.
Na eclipse, o Sol com a Lua contracena,
e nem por isso Deus o condena!

O que mais tenho que citar,
Que mistério descobrir?
Para que o nosso amar
possa ser real e existir?

Que as nossas vidas possam se encontrar?
Que nossos olhares possam se cruzar?
Veja o dia e a noite, que podemos ver,
que na aurora ou entardecer,

Preenchem o mundo na continua beleza,
enquanto a realeza
do nosso planeta azul gira
no esplendor que nunca se espira!

Assim é nosso Amor, coberto por um véu,
Nos amamos só para a natureza enfeitar,
E em secreto o Pai que está no céu,
usa um ao outro para ambos ensinar!

Enfim, encontramos um jeito
de acomodar em nosso peito
nossas Almas gêmeas amantes
que certamente já foram "unas" antes!

Ceci de Leon que de minha vida não largo,
Este homem, Leon del Bargo,
inspirado no Amor nosso, insiste,
e pede pelo carinho nosso que existe,

Paciência, respire fundo a Paz do Amor,
E seja como for, na alegria ou na dor,
reguemos esta flor de nosso jardim,
Deus Pai quis assim!

seu amado eterno Leon

Agradecemos a você amigo ou amiga que teve o carinho e a grande paciência de ler até o final. O nosso carinho!

A Ceci já teve seu cantinho aqui, porém decidiu sair definitivamente. Conheça a nossa história completa (3 partes agora escritas no mesmo local) e a explicação que dei ao final do poema, onde poderão compreender-nos.
Poema de 39 estrófes; "A Quem Possa Interessar" - clique aqui