A LEMBRANÇA
O termômetro
Apesar de medir
Os extremos frios ou quentes,
É sempre frio.
O mercúrio, prata líquida,
Da Grécia antiga ao contemporâneo,
Na sua serventia
A previsão precisa
Do ambiente:
O recolhimento ao nicho,
O abrigo ao celeiro
Da Nevasca vespertina.
-- Porque não orquídeas,
Roxas, brancas ou amarelas,
Na visão,
Múltiplos matizes inebriantes
E profundos sentimentos.
A sensibilidade no gesto
Uma história,
Uma recordação.
Amores,
Paixões revividas,
Uma luxúria d’alma,
O afago,
A massagem do ego.
O olhar no infinito,
A auréola da vida.
De per si ela se faz sentida.
O retorno ao diálogo
A esperança perdida,
O gestual termômetro da vida.
Nas estações do ano
Retratando todo o esplendor.
Apesar de belas
Dependentes da diversidade
De seres
Para sua perpetuação.
A universalidade das emoções.
Belo Horizonte 27/03/2015 Atalir Ávila de Souza