Sem mar, sem porto
Ah! Se você soubesse
um pouco mais de mim.
Perceberia a dor do coração
sangrando lentamente
pelos espinhos da desilusão.
Na sombra dos olhos sem brilho;
na masmorra dos sonhos perdidos,
soa o apelo longínquo, sem trégua,
na voz cansada da emoção.
Se houvesse um mar
(Ainda que de lágrimas)
Quentes ou geladas (que importa?)
Para afogar a tola esperança...
Qual mar? Quais emoções?
Desliza a nau sem rumo
Pois não existe porto para ancorar.
Ah! Se você soubesse...
Mas como saberia?
Seus olhos jamais viram,
perdidos no piscar da última estrela,
na escuridão do amanhecer.