Frágil plantinha do amor

Frágil plantinha do amor

(diálogo poético)

Guida Linhares

Ele:

- Minha querida,

há que se cuidar da nossa semente...

de regar a muda...

de acarinhar com os olhos

a beleza e o viço,

para que floresça um lindo jardim

de margaridas.....

Ela:

- Sim amor, é verdade,

ainda é uma frágil sementinha

que não pode molhar demais,

porque senão ela encharca

e morre antes de ver a luz do sol...

Ele:

- Não se preocupe...

cuidarei dela com o coração de poeta

com o ardor das madrugadas,

com o orvalho dos meus beijos.

Ela:

- A tua sementinha está aqui num xaxim,

em gestação plena...rsrsrs

mas é tão frágil, cresce devagarinho,

que às vezes chego a pensar,

que não vingará,

não dará flores!

Ele:

- Não penses assim...

creias na força do amor!

Ela:

- Talvez voce tenha razão!

Acredito em você

e em nossos sonhos!

Ele:

- Nossa plantinha crescerá viçosa,

brotarão lindas flores,

e os frutos serão saborosos e doces.

Conclusão:O tempo foi passando, a distância aumentando, a plantinha secando, assim como a ilusão deste amor, que nem chegou a completar os nove meses de gestação. Acabou num dia de chuva forte, quando ele largou o vaso esquecido no quintal, que ficou encharcado, afogando a frágil plantinha. Talvez se ela tivesse ouvido a sua própria intuição, nem teria ajudado a plantar a sementinha, mas entendeu que "o coração tem razões que a própria razão desconhece".

Santos/SP

01/09/06

Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 24/06/2007
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