Poema 0466 - Mar-amor
Quando o sol baixar nos mares onde viajam os sonhos,
deslizarei entre meu corpo e o seu,
fazendo ondas até que me afogue de amor;
quando morrer, quero ir além do seu corpo,
quero ser a alma que esconde na sua alma,
conhecer o infinito com as marés do amanhecer.
Quando o mar molhar a terra, o amor me beijará,
quero ir por cima do refluxo das marés,
sentir o macio do seu corpo sobre o meu,
preciso que me beije de amor antes da areia fina,
até o esparramar dos corpos com meu amor seu,
depois do gozo quente de espuma.
Vou um dia voltar ao fundo feito rei,
colher corais para enfeitar os seus cabelos enrolados,
deixarei pendurados meus pequenos desejos;
ao anoitecer, como isca seu corpo me provoca,
agitando as águas como nossa cama noutra noite,
voltarei até que seu amor nade pra dentro do meu.
26/09/2005