A Morte da Solidão
A Morte da Solidão
A taça soluça,
Translúcida de vinho,
E os ouvidos leem
Os risos escondidos
Por trás da solidão.
Os olhos saem à caça,
De outras taças solitárias
Pelo salão em transe.
Varrem outras mesas
Em busca da mesma ânsia.
As mãos escondem
A aflição da palavra incerta.
E o pulso sustenta,
Inexoravelmente, o minuto
Que o tempo mata.
No vazio da taça,
Na transparência do cristal,
Dois olhares se encontram,
Duas bocas se comungam,
E afogam no vinho da taça
A solidão e a madrugada!!!