APENAS ECO
Tenho por hábito tentar descobrir,
admirar e depois extrair o belo encontrado
vivendo-o na simplicidade de seu acaso
mesmo que seja em dádivas sem expressão.
Uma árvore ou um conjunto delas, suas
folhas ao sabor do vento, seus galhos se
oferecendo carinhosamente para construção dos
sacrários ninhos dos pássaros.
Quantas vezes não encontrei em valetas
onde se escoam as águas da chuva uma esquecida
flor de uma beleza impar, que se não fosse sua viçosa
cor amarela nascia e morria em total ostracismo.
A beleza existe em todos os sentidos, ela por
si só se expressa quando em seu estado de graça,
em nosso caso ainda que belo como o mar selvagem
tudo terminou nas encantadoras praias solitárias
e a partir daí tudo se passou a chamar saudades...
Hoje se ouve nas marejadas ondas que se quebram na
areia do mar uma bela e sonora voz chamando amorosamente
por nós, nada mais do que ecos do belo que existiu em
nossa história e que ainda faz questão de ser lembrado...
Mesmo assim a sublimidade até agora persiste e dou
graças, porque ainda que chore pelos cantos da
minha vida, ela em sua plenitude me concede
a cada segundo o dom de lembrar-me de seu ameno nome...