Entrega
E se de amor, sóbrio instante sobrevivo, que seja por teus carinhos que me alimente.
Nada mais há que se desejar senão teus braços a me aconchegar; ah teus braços.
Perco-me em breves momentos que me são por sustento de uma vida.
Que graça ou sentido pode haver no mundo se não visto à luz dos olhos teus?
Que modo ou razão pode existir um homem se não guiar-se por teus passos?
Confesso réu, dou-me por vencido: nada mais que fui ou fiz importa ou faz sentido, passado que se perde entre folhas de esquecidos outonos.
E por inteiro, visto-me em primaveras de teus beijos; por amor me relato, me delato, amo-te simplesmente.