a paixão errante das palavras
meu tempo não se apaixona
vive num corpanzil errante
absorto na busca da palavra certa
aquela que reconheça a tua paixão exata
a minha emoção existe no desencontro
quando o teu amor se torna escrita
naquele momento indescritível
do repouso deitado em teu corpo
o teu pensamento olha a janela
sonhando o desejo n'outro corpo
na paisagem chuvosa que descreves
as tuas curvas e a pele molhada
apaixone-se pelo que te escrevo
não por mim, pecaminoso aprendiz
mais perto do fim que um recomeço
apaixone-se pelo teu amor que descrevo
se mal fiz para que se apaixones
só bem te quis em palavras inteiras
na paixão errante do presente
que se perde na solidão das palavras
na moldura a vida pincela os traços
da vaidade descolorida restou o grito
do tempo disso e do tempo daquilo
tramei o meu parto do tempo no nada
meu passos intranquilos no pensar
não há porquês de não chegar
nem a escuridão ou a luz do lugar
para chegar preciso apenas do fim
para escrever aquele momento
em que tu caminhas ao vento
na poesia as palavras soltas
e a tua fragrância que ficou no ar
"se a violência está em outro país, em outro estado, em outra vizinhança. o quê faremos da violência que está em cada um de nós?"
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música: https://youtu.be/mNwMftzVahA
Djavan - Oceano
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