A saga do amor de Lampião
Sou Lampião Maria Bonita,
o mensageiro mandou te chamar
e quer saber como é que fica...
Nosso namoro com é que tá?
Eu vim de longe, vim lá do sertão,
Cabra danado e namorador,
Fiz sete reza pra “Virgi Maria”
e parece que ela abençoou.
Não passo fome tem a macambira
não passo sede tem o riachão.
Eu já passei por tudo na vida,
só mulher bonita me deixou no chão.
Sou arretado minha cara amiga,
não tenho medo da escuridão.
Eu atirei com bala perdida
e acertei no seu coração.
Menina moça tu não me enfeitiça,
do casamento eu não abro mão,
andei faceiro pelas terras findas,
Natal, Olinda, Serra Santo Antão.
Sigo no rumo dessa caminhada,
desço ladeira com a solidão,
conheço o canto dessa passarada,
só não conheço o seu coração.
Andei perdido pela luarada,
cortei estrada com a serração,
quero guarida minha doce amada,
não se “avexe” venha ser meu chão.