Sol e Lua
O raciocínio boceja
de olhos quase fechando,
os pensamentos desorganizam
o texto sai do contexto.
Todo o organizado
se transforma em cacos
amontoados, caos,
e poeira esvoaçante.
As comportas do sistema fechado
se abriram em rio caudaloso
de associações inusitadas,
e lembranças tortas.
O véu do cansaço sobre
a mente dorme e sonha.
O texto pede descanso.
Morre o escritor,
nasce o poeta,
o Sol e a Lua.
Eu sou meu cansaço,
tu és meu descanso.
Te vejo nua
te beijo o seio.
e sinto teus dedos
traçando linhas
indecentes
em meu corpo.
Te quero carne
te tenho sonho.
Amanhã,
amanhã te verei
no ano que vem.
És dona do tempo,
comigo somes em segundos,
ausente demoras séculos.
(01/08/2011)