O lado “B” do amor
Você tem algo que eu quero:
Diz o coração da gente
Como se a outra pessoa tivesse algum pedaço que nos falta
É um querer que não se sabe qual (só às vezes)
Que vem em formas diversas
Que se satisfaz com raspas e restos como diz o Cazuza poeta
Ou não, caetaneando o incerto, como o Djavan disserta
Ou ainda, como neste pobre texto,
Homenageando a quem se ama
E ousa sonhar ser um deles ou todos os compositores e poetas
Fato é que queremos da outra pessoa
Queremos a própria pessoa
Brilho, atenção, carinho...
Sexo, domínio, objeto...
Que muitos disfarçam ou fanatizam
Deslavadamente frágeis sob a sombra de quem ama
Pensando dias e anos
Arrastando-se, se humilhando
Rastejando ou maltratando
Até matando como se enfim isso significasse o ato máximo do ter
De eternizar a tão desejada relação que intera
Loucos, loucos, loucas pessoas e atitudes
Que o são quando se bastam numa solidão egoísta e doentia
Que o são quando projetam nos outros as suas distorcidas empatias