Deserto
A boca, a língua, os lábios
a palavra morna
na ideia acesa.
O corpo preso à pouca luz da mesa
e as mãos longe dos meus dedos.
Adivinho-te
no esplendor da pele
em febre
no gemido húmido
que nos une em laço
a entrega e o cansaço.
Mas sais para beber a noite
e eu fico este deserto.
Que importa que estejas perto
se olhas para onde não estou?