Deserto

A boca, a língua, os lábios

a palavra morna

na ideia acesa.

O corpo preso à pouca luz da mesa

e as mãos longe dos meus dedos.

Adivinho-te

no esplendor da pele

em febre

no gemido húmido

que nos une em laço

a entrega e o cansaço.

Mas sais para beber a noite

e eu fico este deserto.

Que importa que estejas perto

se olhas para onde não estou?

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 08/09/2015
Código do texto: T5374871
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.