ALEGORIAS

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Eu que danço na chuva,

memorizo cada gota do oceano

E tenho no reino,

As muitas aguas de uma só nascente.

Assim, não me tente com perfumes de ilusão;

Na pedra do meu coração,

nenhum cinzel pode penetrar.

Na rocha tenho meu crer.

E crendo, creio na justiça de quem

das folhas que caem mortas tira sustento

De besouros e belezas de ipês.

No meu canto eu fico, minha boca turva

Não tem dizer de exasperação, meu siso

é comigo, não dou de parecer,

E simples juízo o que faço neste silencio tímido,

Que por vezes, rompe gritarias.

Tenho; eu sei sim, terras no nariz e cheiro nenhum.

Minha boca não é interdita para comer sumos de mel.

Mas, por vaticínio de desalegria,

Faço versos puídos e mortos, sem maior garantia.