A Negro
Há muito que perdi a cidade
e guardo no medo a fome da carne
intranquila
os murmúrios na boca seca
engrossam a saliva nos mistérios da sombra
Espero-te.
Quando a voz te anuncia
estremeço ao táctil esplendor
e lentos escrevem em ti os meus dedos sem paz
tanto faz que a cidade se perca
ou que nesta noite só se adivinhem caminhos
em signos de silêncio
Contigo a luta pode esperar.