Moça que passa...
“Teus olhos deixam marcas esculpidas
na minha alma de homem. ” Ivan Corrêa
Moça que passa
dê-me uma frase que
eu lhe darei um poema.
Meus versos são brancos,
sem enfeites e sem rima,
são frágeis e sem metrificação.
Combinam, porém,
com seu olhar de mulher
acriançada e desprotegida...
Moça que passa quem a enlaça nos braços?
Moça que passa
de sorriso e graça e pele aveludada.
Seus cabelos são cor de mel,
seus passos são divinais...
Seu olhar enfeitiça e atiça...
Quando você passa
faz sofrer todas mulheres
dos viventes inominados
dessa minha rua sem cor.
Moça que passa
fala-me onde se oculta
quando não passa.
Minha deusa da beleza,
leve este mísero poema,
desse perdido poeta louco,
que voltou a ser menino,
depois que viu passar,
a moça que passa
todo santo dia na minha rua.