Princesa Lívia

Beija-flor com horror transformou o teu perfume em dor.

E essa dor fez o odor de teu cheiro suspirar desespero.

Ele voou pra longe, mas não ficou distante dos sonhos alheios da tua beleza amante.

O teu cheiro meu lindo anseio perfila agonia suave Lívia.

Lívia meiga menina que ainda não viu, pois nem ouviu, o bater de asas da delicada surdina do pobre beija-flor.

Beija-flor, meu mudo amor, com ardor queima malmente o cantar heroico, dos trópicos, que são em mim um suplício.

Mulher venusta de sentido galante roubou-me a amante de prazeres femininos, e falar-te em tardes dos dias que sublinham o pecado de amar, me mata em valsas o grotesco dos fracos a morrer de enamorar-te.

Beija-flor foi um privilégio um alegro de sorrisos escondidos, meio que tontos de paixão em me perder esta solidão fez de mim maldito.

O odor do teu cheiro, ó rosas vermelhas, onde mergulham nos orvalhos perfumosos sereias de carnes dengosas, fez das flores beija-flores dançantes, uma fragrância herbosa, meu delírio és tu, senhorita dos silêncio íntimos, votivos.

Mulher de flores vermelhas com sangue dos vinhos, e eu não sei, menino, onde vou descansar em festas de vagabundo me ponho a rezar pra desmaiar, perco nossos mundos.

Mulher em tua colher que sonda o girar no copo o néctar, meio como elétrico faz o desejo despertar, em juventudes de embriagues um rápido pestanejar os amores sem par.

Beija-flor eu um menino, ou um mendigo, pobre e caído, fraco e recaído, no poço da confusão sem amigos e irmãos, canto pra ti a verdadeira oração, que de atrair as flores num ramalhete, o corte do teu afiado estilete um gemido, te amo.

Ó ave de sacro e belo, num romance meio que desonesto, inspira o meu amor a despir rosas ao leito dos rebeldes, meu beija-flor foi buscar em Lívia, que calada de perolas madressilva, a sibiles do grande cosmo voltará a nunca mais, me amar, triste foi a morte dos beijos de ínvios platonismos, da mulher, Ó bela dama, Ana Lívia.

Beija-flor que nos sonhos sem ar faz das flores índicas, e por morrer em devagar, me ponho a pensar, que beija-flor não sabe namorar, as mulheres que voam e nascem na terra.

E eu um pobre rapaz que contempla os ventos, perdeu no coração a esperança que trincada em velhas alianças foi assassinada a fé de criança.

Desposando nos tormentos dos poemas lúdicos, beija-flor foi um ladrão dos meus anos.

Beija-flor em devaneios tolos e suportáveis, fez das tristonhas loucuras dânticas, a epopeia dos eternos meus santos românticos.

Pois é bom amar alguém.

Amar mesmo sem ser amado.

Esta não é pura sorte.

Que queima e anda aos galopes.

E despenca em morros altos.

O amor se joga fundo.

Grita loucuras a Mefistófeles.

E poetisa com os espíritos.

O amor é violência cega.

Que mata o ego.

E acorda alerta.

O chilreio védico.

Dos deuses poetas velhos.

E seduz os jovens.

Aos desejos.

O amor é beija-flor azul.

E azul não é beijar.

Azul é sonhar.

Que um dia tudo vai acabar.

Nos acabemos então.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 06/09/2015
Reeditado em 06/09/2015
Código do texto: T5372707
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