MORENA DO ÔNIBUS
Foi numa quinta-feira ensolarada
Do mês de setembro,
Dentro do ônibus, em pé ela estava
Como hoje ainda me lembro.
Morena de bela feição e de boa delicadeza
Carregava a sua bolsa pesada, um livrão e um deslumbrante olhar,
Pedi-lhe com um gesto de gentileza
Que segurasse seus pertences até que o seu destino possa chegar.
Disfarçadamente trocávamos um sorriso
Pois, os olhos nunca se fixam a uma imagem só,
Era tudo que eu preciso
Para começar mais um dia melhor.
No caminho, estudava para um concurso
De hora em hora, percebia o seu olhar de curiosidade,
Notei em todo o percurso
Uma troca de sorriso de uma simplicidade.
Ficarei contente
Quando a encontrar,
Gostaria que rolasse uma conversa entre a gente
Porque todo poeta sabe qual a garota que ele deve impressionar.
De início percebi
A sua simpatia,
Também jamais descobri
Que ao lembrar do seu rosto escreveria uma poesia.