meu embornal

talvez a imagem seja amiga da distância,

talvez a ânsia se esconda na folhagem,

o que me invade mesmo é a exuberância

da tua ausência que me mata de saudade

fiquei sozinho e meu caminho se encurtou

porque é mais fácil me enganar com o que invento,

o passarinho ia embora e não voou

ele chorou quando ouviu o meu lamento

com o verso pobre a rima logo se encabula

e o pula-pula é o coração descompassado,

se ouço tua voz me vem qualquer palavra chula,

pra tanto amor não há futuro nem passado

retorno ao rumo que eu devia ter mantido,

a água clara é a que dá a cor do rio

na lua cheia se alguém está desguarnecido,

foi quem pensou que a noite era um desafio

meu embornal carrega um pouco da verdade,

pra quê comida se a vontade azedou?

de toda a vida o que não falta é a saudade

e a liberdade, o tempo a desperdiçou

mas vamo’em frente, dá pra ser de outro jeito?

a sorte enlaça mesmo aquele que não quer

não há herança, humilhação ou complacência

que não alcance a todo homem e à mulher

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 05/09/2015
Código do texto: T5371335
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