A voz desiludida, embargada, sofrida
O sol, astro iluminado
como encanto surge vivo
queimando nas pontas dos dedos
animado, se esconde nas nuvens negritas
escorrega, de onde, o céu quebrante, chora pingos.
O vento acariciando o rosto
no perfil da boca insípida
suga com estranha sensação
vinda do coração escondido
as incertezas trazidas do fundo
dos pensamentos adormecido.
A fala, quase deixa muda, não fala
a voz desiludida, embargada, sofrida
tenta inibir cada passo aventurado
numa voz confundível, envia ao longe
som vazio, perdido na procedente afonia
dominada de quase pronto resultado.
O sonho carrega o amor na bagagem
desarruma a mala, prova o tédio
como quem nada na praia deserta
ensaia ir embora, escorrega na tristeza
caminha na onda, cansada, volta sempre.