A voz desiludida, embargada, sofrida

O sol, astro iluminado

como encanto surge vivo

queimando nas pontas dos dedos

animado, se esconde nas nuvens negritas

escorrega, de onde, o céu quebrante, chora pingos.

O vento acariciando o rosto

no perfil da boca insípida

suga com estranha sensação

vinda do coração escondido

as incertezas trazidas do fundo

dos pensamentos adormecido.

A fala, quase deixa muda, não fala

a voz desiludida, embargada, sofrida

tenta inibir cada passo aventurado

numa voz confundível, envia ao longe

som vazio, perdido na procedente afonia

dominada de quase pronto resultado.

O sonho carrega o amor na bagagem

desarruma a mala, prova o tédio

como quem nada na praia deserta

ensaia ir embora, escorrega na tristeza

caminha na onda, cansada, volta sempre.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 31/08/2015
Código do texto: T5365290
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