Poema duro

Hoje eu tive um desses dias,

De gente fria, de coisas vazias.

Toda a alegria de um cachorro de senhora.

Senti a dor de um coração em penhora.

Não que eu seja assim desapegado.

Mas já não aceito de bom grado,

Aqueles que fizeram da minha paixão

Suas aulas de sapateado

Não é que eu seja frívolo,

É que de tanto ter o amor me partido

Fico aqui, de proposta sem sentido,

Em poema mal escrito.

Fiz do meu amor objeto de seguro

Em negócio imaturo, querendo o perder

Já não sei administrá-lo, não consigo alimentá-lo

Dá prejuízo, fico sem juízo, me tira o sono

Tão pouco encontrei sócio

Que me ajude com esse negócio,

De fazer o amor crescer.

Não coloquei à venda, não custaria muito.

Um amor assim tão frágil, remendado e imundo,

Tão moribundo, não encontraria comprador

Tomara que o tomem de mim, pobre do credor que ganhar esse amor...

Periga ainda querer o incauto processar-me

Usar do código de consumo, pra dizer que ali faltam peças.

Pra dizer que amor assim não presta e que fiz falsa promessa.

Como se não fosse óbvio, afinal, que tipo maluco

colocaria em seguro de negócio algo tão único?

Deadeye Poem
Enviado por Deadeye Poem em 30/08/2015
Código do texto: T5364139
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