O Velho Jequitibá

O Velho Jequitibá

Verdeja, enfeita-se de flores, o velho jequitibá

À beira do caminho, no canto e delírio do sabiá.

Enfeitando de luz e de cor a ânsia de amor de Eros,

Para o horror, para o desencanto e espanto dos cleros.

São elas versos de Bocage em todos os pensamentos,

Naqueles velhos, nestes novos e em outros tempos.

Por entre as folhas, vazam os inadvertidos raios,

Das bocas vazam inadvertidos sorrisos de soslaios.

E o velho jequitibá aprendeu no tempo a ser refúgio,

Aprendeu no tempo a ser cúmplice e a ser subterfúgio

Dos versos de amor que brotam dos prazeres dos amantes,

E de cada nota dedilhada nas cordas dos violões errantes.

Vai assim, tão indiferente, no passado e no presente

Criando sombra e enfeitando o amor de tanta gente.

O velho jequitibá, esta fonte de segredos, à beira do caminho,

Para os amantes, estes caminheiros do coração, se faz ninho.

Faz-se guardião de tantos versos, e diversos primeiros beijos,

E na recordação de cada um, acena à brisa os velhos desejos!!!

MAReis

MAReis
Enviado por MAReis em 28/08/2015
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