O Velho Jequitibá
O Velho Jequitibá
Verdeja, enfeita-se de flores, o velho jequitibá
À beira do caminho, no canto e delírio do sabiá.
Enfeitando de luz e de cor a ânsia de amor de Eros,
Para o horror, para o desencanto e espanto dos cleros.
São elas versos de Bocage em todos os pensamentos,
Naqueles velhos, nestes novos e em outros tempos.
Por entre as folhas, vazam os inadvertidos raios,
Das bocas vazam inadvertidos sorrisos de soslaios.
E o velho jequitibá aprendeu no tempo a ser refúgio,
Aprendeu no tempo a ser cúmplice e a ser subterfúgio
Dos versos de amor que brotam dos prazeres dos amantes,
E de cada nota dedilhada nas cordas dos violões errantes.
Vai assim, tão indiferente, no passado e no presente
Criando sombra e enfeitando o amor de tanta gente.
O velho jequitibá, esta fonte de segredos, à beira do caminho,
Para os amantes, estes caminheiros do coração, se faz ninho.
Faz-se guardião de tantos versos, e diversos primeiros beijos,
E na recordação de cada um, acena à brisa os velhos desejos!!!
MAReis