...e o que ficou?
E o que ficou?
Perguntaria ao tempo, ao vento, ao alento
O que ficou?
De tantas idas e voltas, vistas e não vistas
O que ficou?
Tantas andanças, horas, minutos e segundos
O que ficou?
Das mais de mil, seiscentas e quarenta horas...
O que ficou?
Três mil, setecentos e oitenta quilômetros
O que ficou?
Das chuvas e Sóis, ventos.
Alegrias? Poucas...
Mas o que ficou?
Ficou a lembrança da luta, buscar o que se quer
Ainda que assim mesmo, o buscado não fora alcançado
A certeza de dever cumprido, apesar de tudo
Das conquistas à volta, somente em volta
No que parecia impossível se tornar real
E o óbvio tornar-se impossível
Perdi o que realmente busquei
Mas também ganhei, muito!
E este é o momento de reflexão, reinvenção
Hora de dizer “adeus”
Mas o que ficou?
O que tem pra hoje e sempre é saudade, muita saudade!
Saudade das horas ao outro lado da linha
Das promessas ao vento
E dos sonhos não realizados, do “beiçudinho” que ia chegar
Do único e tímido abraço
E como uma semente plantada, da árvore que não vingou
O lugar vazio, deixado no chão, abandonado
O tronco que morreu, e cujas folhas secas
Destinar-se-ão, quem sabe, uma nova plantinha
E o que ficou?
Ficou saudade! Muita Saudade!