Como gotas de oceano.

"Uma vez aprendi o que contrastes são

E hoje sei ser a maior graça da existência

Essa dualidade entre a razão e a essência

Que faz de nós tal como o pó, imensidão.

E se acertara Caeiro, então à vida, digo amém

Pois ao olhar às estrelas, esta noite, vi,

Como um grão de areia que guarda em si,

A lembrança de todos os horizontes e além.

Aliás, já olhou às estrelas hoje, minha querida?

Viu qualquer Sinhá a amá-las por seu doce brilho

Tal como céticos a estudá-las por toda uma vida?

Viu o azul das ondas a domar o lobo indomado

Como faz a um pai o sorriso azul nos olhos do filho?

Viu nos meus a eternidade só querer-te ao meu lado?

E que o mundo veja nas estrelas a luz mais brilhante

Não me importa, nada é mais claro ao amor apaixonado

Que o brilho dos olhos de quem é enigma, certeza e amante.

E de quem é capaz de viver ainda que no último instante

Pois teus olhos estarão lá, e você, a cuidarem de mim

Como o Sol que trará a vida a tudo ainda que após seu fim.

Mas antes se apagarão o sol e toda outra estrela,

Que a luz que fará do meu descanso, paz,

As portas do paraíso, a real eternidade,

A faísca de minha revolução - e toda ela;

E esse amor será a vida que sobreviveu à morte,

O infinito."

Daniel Reis
Enviado por Daniel Reis em 25/08/2015
Reeditado em 29/09/2015
Código do texto: T5358751
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