Por toda uma vida

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Por toda uma vida

Eu me doei ao nosso amor.

Em nome dele eu me perdi.

Quis tanto.

Desejei de tal modo,

com tanta intensidade...

Que negligenciei por demais.

Não percebi nos teus olhos maldade;

não escutei a singularidade da razão...

Fui apenas amante, desde então.

Amor nascente que se pôs ao fim da tarde.

Nosso amor não teve endereço.

Ele morou nas ruas, nos sonhos...

Mas, se recebi além do que mereço,

também exorbitei em contos.

Contei os dias, todos eles.

Fiz cartãozinho de aniversário.

Deixei você dormir naquela noite,

embora meus poros ardessem.

Foi tão bom sair para amar...

E tornar-me confidente.

Naquela noite,

quando o furor da veia convalesceu, descobri;

Finalmente descobri...

Que um abraço significa muito;

que o tesão pode ser substituído;

que existe a compreensão do sorriso.

Descobri que o comprometimento carnal, limitações do cansaço, amadurecem os sentidos e os sentimentos.

Na frustração,

descobri algo simples:

Não nascemos para uma noite;

precisamos da vida inteira.

Nijair Araújo Pinto

Crato-CE, 25 de agosto de 2015.

12h38min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 25/08/2015
Código do texto: T5358651
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