Título Provisório

Quando te vi

Pela primeira vez,

De cara,

Fui com a sua,

Mas na oportunidade seguinte

Voltei para devolvê-la.

Soube claramente

Que era você,

Não eu,

Aquilo q eu disfarçava

E não procurava em ninguém.

Mas que eu queria,

Queria mesmo,

Queria igual criança,

Que quer qualquer coisa que não seja sua.

Que chora

Faz escândalo,

Se joga no chão

E que ao fim da cena

Não recebe nada,

Que cai no conto do

“Na volta a gente compra”.

E foram inúmeras as voltas

Que a gente deu pra se desencontrar,

Insistindo em se prender a qualquer coisa

Que parecesse qualquer coisa,

Tipo a gente,

Mas que era totalmente diferente da gente que a gente era, entende? Porque eu não.

Porque me recuso a acreditar

Que essa complicação

Que criei para mim

Sobre você,

Seja, de fato, real.

Que a gente junto,

Tipo secreto,

Não seja tão errado e complicado

Como qualquer outro casal

Ou quanto a aplicação de todas aquelas fórmulas matemáticas, que a gente sabe,

Mas não sabe usar.

Que a gente tenha que viver

Para sofrer a eterna dúvida do será,

Será que poderia?

Será que a gente seria feliz?

Será?

Porque o que eu sei agora

É que a gente não é.