O Nada do Amor
Comigo és mais pedra,
mais mistério,
mil vontades de morrer.
És o sopro, o hálito quente, o excesso
a explosão no laminar dos destinos.
Beijar-te é morder a alma,
sacudi-la ao pó da alegria,
abrir a terra na tua carne sedenta
e entrar por ti desbragado
como um arado de maldição.
Estás aqui.
Sei-te brutal como um urro
a gemer os meus dedos
na intimidade das mágoas onde te adivinho.
Como vinho áspero te bebo até ao fundo
até ao nada do amor.
Sem fogo já sou só frio
mais saudade, mais distância, mais vazio.