Os versos que te dou
Glosa do ultimo mote do poema de
JG de Araujo Jorge - Os versos que te dou
Quando lá novamente, então tu fores
pode colher do chão todas as flores,
pois são os versos de amor que ainda te dou
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Quando lá novamente, então tu fores
chorar na cruz que simboliza esta alma
que viveu em plenitude de amores,
e a todos acolheu com a sua calma;
encontrarás um jardim a tua espera;
pode colher do chão todas as flores,
preparar uma guirlanda de quimera,
pois eu fui o maior dos teus amores.
Assim, nem mesmo a morte que me levou,
afastará de ti, nosso sonhar de eternidade.
pois são os versos de amor que ainda te dou,
espelhos mágicos da nossa eterna felicidade.
Santos/SP
21/06/07
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Os versos que te dou
JG de Araújo Jorge
Ouve estes versos que te dou, eu os fiz
hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura
são versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém
que possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revivê-los
nas lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido
e outros versos quiseres, teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores
pode colher do chão todas as flores,
pois são os versos de amor que ainda te dou
(Livro "Meu Céu Interior" – 1934)
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