Não basta sede nos sonhos pela amada
O amor quando escapole do coração
não tem jeito, nem o tempo recupera
nem adianta deixar suspiros, rastros
saudades, vestígios à vista... O vento não mitiga.
Confunde a vida, mistura os pensamentos
invade a intimidade sem vigor, fragilizada
agride a sensibilidade carente à flor da pele...
O vento leva tudo com força aloucada
só não consegue arrastar nem a “tapa”
o conservado dentro do baú do coração.
Deixadas marcas, a fronte perdida na direção
e o olhar, não se encaram, arrastam forças
sofrem as pesadas acanhadas conseqüências
pelo declínio do amor, sem tino, distante de regresso...
Nódoas alvejadas avançam, alimentam
criam de propósito, impasse aos insone sonhos...
Não basta sede nos sonhos pela amada
nem pensamento centrado nas lembranças
mesmo sendo justo o propósito do desejo
o coração pede e instala saudade absoluta.
Ao descaminho, negado companhia... Implorado amor.
É fato consumado, os olhos confusos, sonharem
com o olhar da amada, até sem chance de sucesso.