POEMA DOS DESEJOS
Um gênio mago apareceu-me num sonho
(se não era sonho, não sei de onde vinha)
Nada garantiu, o mago era também poeta
ofereceu-me a ilusão e como veio partiu.
Fiquei sozinho, desejei o retorno da fantasia
e da alegria o regresso mas nada aconteceu.
Então quis
não querer, não esperar
e de nada mais saber.
Como sonho que chegasse à praia navio sem vela,
na gravidade da espera, do caminho fatigado
como navio que chegasse à praia sonho sem vela,
no meio da noite, já quase no fim do silêncio
uma rosa branca no árido jardim infinito se abriu.
A rosa era o mistério das estrelas na areia pontilhado
era a palma da mão aberta do poeta gênio que voltou.
Na praia oceano seco sentamo-nos à sombra um do outro.
sem desejos, no deserto não mais sozinho, da aurora iluminados
contemplamo-nos e ao mundo com alegria o retorno da fantasia.
*
*
Baltazar