POEMA DOS DESEJOS

Um gênio mago apareceu-me num sonho

(se não era sonho, não sei de onde vinha)

Nada garantiu, o mago era também poeta

ofereceu-me a ilusão e como veio partiu.

Fiquei sozinho, desejei o retorno da fantasia

e da alegria o regresso mas nada aconteceu.

Então quis

não querer, não esperar

e de nada mais saber.

Como sonho que chegasse à praia navio sem vela,

na gravidade da espera, do caminho fatigado

como navio que chegasse à praia sonho sem vela,

no meio da noite, já quase no fim do silêncio

uma rosa branca no árido jardim infinito se abriu.

A rosa era o mistério das estrelas na areia pontilhado

era a palma da mão aberta do poeta gênio que voltou.

Na praia oceano seco sentamo-nos à sombra um do outro.

sem desejos, no deserto não mais sozinho, da aurora iluminados

contemplamo-nos e ao mundo com alegria o retorno da fantasia.

*

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Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 18/08/2015
Reeditado em 18/08/2017
Código do texto: T5350539
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