MEUS DOIS AMORES

Tive na vida dois amores:

Um a morte levou,

O outro na vida se perdeu.

Quando penso neles

A poesia aparece,

O dia acorda do sono

Para ver o sol nascer.

Conto à manhã os meus desejos,

Teatralizo a minha ternura

Sem texto de amargura.

Quero aplausos, muitos,

Pelos dias de felicidade,

Flores de todos os matizes

Caindo sobre minha cabeça.

Delas escolho uma para a tumba,

E outra para lançar ao mar

Para que a leve sobre as ondas

Pelos oceanos da terra

Até encontrar a praia

Dos amores perdidos.

Ficam as folhas espalhadas

Tapetando o tosco chão,

Do palco em que represento,

Com o verde da esperança

Que mora dentro de mim.

24/09/05.