Almas solitárias



Uma noite alguém,
veio bater em minha porta.
De pronto fui atender, quase cai
não foi de susto, mas de admiração.
Porque ali estava uma mulher,
a mais linda que meus olhos já viram.
Pediu-me licença e foi entrando
sem acanhamento na minha vivenda
que era pouco mais que uma galpão.
Pau a pique e chão batido,
mobília não tinha, apenas uma cama
alguns utensílios e um fogo de chão.
Pois sou sozinho e preciso muito pouco
para garantir minha sobrevivência.
Ela nem estranhou, talvez ela fosse como eu,
sozinha buscando um teto para se abriga.
Se aproximou do fogo apanhou uma chaleira
perguntando-me se podia fazer um chimarrão.
Disse a ela que sim e que ficasse a vontade.
Ordens que ela seguiu ao pé da letra,
e lá na beira do fogo, aquela noite dormiu.
Hoje divide comigo a minha cama,
pois decidiu que ficaria por ali.
Me dizendo que não tinha para onde ir,
foi assim que duas almas solitárias,
passaram a ocupar o mesmo espaço.


Balneário dos Prazeres: 20 / 06 / 2006