A Sublevação Da Minha Dor

Rasga meus olhos o pensamento

Como se fossem estourar

Maldita dor essa que não dói

Correr e ficar só parece ser a solução no momento

Mas talvez eu nunca me acostume a chorar

Eu grito, agonizo. Jogo-me no chão tentando achar uma saída

Não consigo me mover

Não consigo aproveitar o tempo que me resta com você

Estou aqui dentro contigo

Mas parece que o mundo prende meu eu do lado de fora

Com lágrimas ardentes como lava

Escorrendo nesse vulcão que é o meu coração

Maldito seja o medo que me detém

Quando estou a te contar que o verdadeiro sentimento

Faz-se presente e que eu quero dividi-lo contigo

O que mais o amor poderia ser, sem ser o que eu estou a dizer?

Como viver sem um anjo como você?

Toda vez que penso em te perder para sempre

O choro corrói meu peito

Mal consigo imaginar quantos litros jorrarei no dia em que partir

Entretanto, pior do que você morrer

Seria o seu sofrimento ao me perder

Rezo para que, no mesmo dia, no mesmo minuto, no mesmo segundo,

Venhamos a morrer, pois assim

Nenhum de nós sofrerá com a morte do outro

Deus é a esperança que eu tenho de que não te perderei após essa vida

Com a caneta banhada em choro escrevo isto a você

Porém, mãe, não sei mais o que lhe dizer

Marcus Mota
Enviado por Marcus Mota em 16/08/2015
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