A Sublevação Da Minha Dor
Rasga meus olhos o pensamento
Como se fossem estourar
Maldita dor essa que não dói
Correr e ficar só parece ser a solução no momento
Mas talvez eu nunca me acostume a chorar
Eu grito, agonizo. Jogo-me no chão tentando achar uma saída
Não consigo me mover
Não consigo aproveitar o tempo que me resta com você
Estou aqui dentro contigo
Mas parece que o mundo prende meu eu do lado de fora
Com lágrimas ardentes como lava
Escorrendo nesse vulcão que é o meu coração
Maldito seja o medo que me detém
Quando estou a te contar que o verdadeiro sentimento
Faz-se presente e que eu quero dividi-lo contigo
O que mais o amor poderia ser, sem ser o que eu estou a dizer?
Como viver sem um anjo como você?
Toda vez que penso em te perder para sempre
O choro corrói meu peito
Mal consigo imaginar quantos litros jorrarei no dia em que partir
Entretanto, pior do que você morrer
Seria o seu sofrimento ao me perder
Rezo para que, no mesmo dia, no mesmo minuto, no mesmo segundo,
Venhamos a morrer, pois assim
Nenhum de nós sofrerá com a morte do outro
Deus é a esperança que eu tenho de que não te perderei após essa vida
Com a caneta banhada em choro escrevo isto a você
Porém, mãe, não sei mais o que lhe dizer