Esfinge

o amor não é apenas um nome

que anda por sobre a pele

um dia falo letra por letra

no outro calo fome por fome

é que a pele do teu nome

consome a flor da minha pele

cravado espinho na chaga

como marca cicatriz

eu sou ator ela esfinge

clarice/beatriz

assim vivemos cantando

fingindo que somos decentes

para esconde o sagrado

em nossos profanos segredos

se um dia falta coragem

a noite sobre do medo

é que na sombra da tatuagem

sinal enfim permanente

ficou pregando uma peça

em nosso passado presente

o nome tem seus mistérios

que se esconde sob panos

o col é claro qando não chove

o sal é bom quando de leve

para adoçar desenganos

na língua na boca na neve

o mar que vai e vem não tem volta

o amor é a coisa mais torta

que mora lá dentro de mim

teu céu da boca é a porta

onde o poema não tem fim

artur gomes

federico baudelaire
Enviado por federico baudelaire em 24/09/2005
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