O Beijo

Gonçalves Crespo, em Obras Completas, p. 362, disse: "Adoro-te muito e muito e sei que também me queres, és o beijo das mulheres, mas sofro por ser tão feio!". Eu, sobre o beijo, à semelhança de um licor genérico e néctar dos deuses, em forma de soneto escrevo:

No beijo existe ternura e paz

prazerosa, forte, sincera e materna;

igual a amizade ou a paixão eterna.

O hálito perfumado, sublime, satisfaz.

 

Santa, excelsa, glória minha e tua,

elevando ao céu oração misteriosa,

recôndita esperança da fé ansiosa,

enaltecendo a luminosidade da lua.

 

Bendito ósculo divino e fraterno,

que boca púrpura torna presente,

lábios dulcíssimos vicejam amor eterno.

 

Felicidade orgástica naquele que sente

avassaladora paixão por longo inverno,

a espera da estiagem ainda ausente.