Lua dos amantes

Há quem me dera quem me dera.

Não ser antes prisioneiro a cultuar da liberdade que venero a solidão absoluta; ser antes da ausência resoluta.

E não deixar-me só.

Quisera eu compreender não mais que poemas, mas palavras; não mais que presenças mas companhias.

Partilhar o café em manhãs nubladas, o abraço nas noites frias, cumpliciar o sentimento puro, único, exclusivo, e não mais encarcerar-me nas prisões de minha própria solidão.

Teu silêncio me incomoda; o vazio de tua ausência me faz falta e, ausente me esvazia.

E, á sombra das lembranças teu fantasma me visita e, horrendas noites em que me abandono.

Longos tragos de Absinto trago, absorvo o fel das paixões desencontradas, dos amores desfeitos.

Negra ausência de luz, a outra face da lua contemplo: sinto-me só.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 08/08/2015
Código do texto: T5338976
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