Turbulência

Desperto de um sono profundo, talvez algum coma

induzido pela sociedade que diz amar sem saber amar.

Nuvens, nevoeiros e véus cinzas contraíam minha visão

- e eu não podia enxergar além do torpor.

Meu corpo inesperadamente pega fogo

O cérebro frita e as ideias somem

As sinapses se desencontram e tudo o que deveria ser dito, emudece.

Não há pensar e falar e as ações se tropeçam

Os olhares se evitam e, quando se encontram,

as pupilas se dilatam pelo medo daquele sentimento

e pela vontade de querer atacar.

Os números se encontram, mas a razão voa pelos ares.

Num ímpeto, os lábios correm e roubam os pensamentos

e a surpresa brilha nas almas.

- Deixe ver tua mão.

Quero tocar-lhe sem saber como.

O calor derrete minha pele.

Só minha alma existe.

Na turbulência, encontro o sublime.

Naqueles lábios, a doçura.

Renan Sposito
Enviado por Renan Sposito em 06/08/2015
Código do texto: T5337161
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