Nem todos os poemas são de amor

Eu queria encontrar

Mario Quintana em uma esquina

Qualquer hora, qualquer dia

E parar pra conversar

Talvez beber uma cerveja

Dividir a conta e a mesa

Até chegar o momento

Em que eu poderia confessar

Eu nem critico a ideia

Mas moço, você estava errado

Antes não tivesse dito

Ou talvez com mais cuidado

Sobre os poemas que viriam

Quem poderia prever

Nem mesmo o gênio dos gênios

E entre eles, nem você

Pois eu posso falar num gato

Ou em perfume de flor

Mas em se falando de poemas

Nem todos eles são de amor

Mas se ele me perguntasse

Estando nós ainda juntos

Eu arriscaria ainda na mesa

(Porque eu que puxei o assunto)

Que cada rima é uma incógnita

E mesmo não sendo de amor

Creio que cada uma carrega

Em suas linhas, um tanto de dor