LOUCURA
Preciso te ver outra vez,
Rasgar estas palavras
Que me regam o peito.
Quem sabe eu possa, talvez,
Falar de tudo que tenho feito
Quando tu não estás aqui.
Quero contar meus desatinos,
O que vivi, o que sonhei,
As lágrimas que este desatino
Emprestou-me e eu chorei
Tal e qual a ti preveni:
Gargalhei como um demente.
Castiguei meu corpo no vento,
Chorando, correndo, caindo,
Qual criança arteira, inconsequente,
Aos poucos me envolvendo
Nos pecados que vinham surgindo.
Delirei minhas mãos tocando as tuas
Com adoração, desejo e prazer.
Carícias plenas acossando o coração!
Aí foi que eu saí a esmo pelas ruas
Assoviando uma canção qualquer.
Loucura? Claro... Acho que talvez...